pesquisa datafolha : Consumidores Brasileiros estão mais preocupados com o sofrimento dos animais em situação de fazenda

As pessoas de um modo geral estão cada vez mais expostas às informações sobre as práticas realizadas com os animais durante o processo de criação nas fazendas, desde o nascimento até o abate, por meio de estudos científicos, relatórios e investigações realizados anualmente por instituições governamentais ou não-governamentais. No entanto, embora já existam relatórios que façam a mensuração da performance das empresas quanto ao bem-estar animal periodicamente, como BBFAW por exemplo, muitas pessoas ainda desconhece ou desconsidera a relação entre determinadas empresas (como supermercados) com o sofrimento vivido pelos animais que originaram o produto que eles estão consumindo. Isso se deve por diversos motivos, dentre eles a consideração das pessoas de que os animais criados em fazendas são seres sem consciência, o distanciamento entre o produto de origem animal e o ser vivo que o gerou, a falta de senso de pertencimento a uma comunidade, o que gera a dessensibilização. Além disso, o preço dos produtos de origem animal provenientes de fazendas que realizam as piores práticas possuem a tendência de serem mais baixos, o que atrai o interesse dos consumidores, principalmente em países de baixa renda como o Brasil. 

Um estudo inédito, conduzido pelo Instituto Datafolha a pedido da ONG Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, mediu o grau de interesse dos brasileiros em relação ao bem-estar dos animais criados em fazendas e sobre quais marcas de supermercados deveriam se comprometer a oferecer produtos cuja matéria-prima vem de propriedades que adotam medidas para reduzir o sofrimento animal.

O resultado mostrou que praticamente 9 de cada 10 brasileiros (88%) maiores de 16 anos se importam, em maior ou menor grau, com o sofrimento dos animais nas fazendas. Foram entrevistadas 2073 pessoas, 64% indicaram se importar muito e 24% se importar um pouco. Na estimativa populacional do Brasil para 2021, o percentual de quem se importa corresponde a aproximadamente 148 milhões de pessoas, conforme o gráfico abaixo.

Uma constatação da pesquisa é que o percentual aumenta entre os mais jovens, com idade entre 16 e 24 anos (93%), entre aqueles que possuem ensino superior (90%) e brasileiros das classes A/B (89%), composta por maioria feminina. Entre os que dizem não se importar (apenas 9% do total da amostra), a maioria é de pessoas com 60 anos ou mais (14%), ensino fundamental (13%) e residentes na região Sul (13%).

Realizado entre os dias 8 e 11 de setembro de 2021, o questionário foi respondido por moradores de todas as regiões do país e selecionou, inicialmente, aqueles que costumam fazer compras em supermercado ou hipermercado. Conforme o estudo, 84% dos entrevistados disseram que, se soubessem que um estabelecimento comercializa produtos cuja matéria-prima vem de uma fazenda que maltrata animais, mudariam o local das suas compras, conforme apresentado no gráfico abaixo.

Conforme percebemos nas pesquisas há um crescimento na preocupação das pessoas com o bem-estar dos animais utilizados para produção de alimentos.

Algumas redes de supermercados e hipermercados ainda não assumiram o compromisso de vender somente produtos de fornecedores que adotam medidas para reduzir o sofrimento animal. Foi perguntado as pessoas qual ou quais supermercados deveriam assumir esse compromisso.

Nas respostas foram citados os nomes das maiores redes de supermercados de cada região do país.

O resultado dessa pesquisa demonstra que a sociedade não tolera mais práticas cruéis aos animais submetidos ao processo de exploração para o consumo de alimentos e reforça a importância de super mercados e marcas se atentarem a necessidade de assumiram compromissos com fornecedores que garantam o bem-estar animal.