Imagine sua vida inteira dentro de uma caixa

Imagine viver uma vida inteira num espaço minúsculo, projetado para te expor como um objeto de decoração? É assim que vivem inúmeros grupos de animais, como aves, peixes, répteis e roedores comercializados como “pets não convencionais”. O termo “pet” em si já pode reduzir os animais a meros objetos de nosso interesse. 

Muitos locais vendem animais e os acessórios para a manutenção destes. Podemos dizer que um comércio alimenta o outro e talvez seja por isso que é tão difícil impedir que animais silvestres e exóticos sejam comercializados em grandes redes e petshops de bairros.

Nos pontos de venda, os animais ficam aglomerados em gaiolas ou grandes aquários com outros animais, em condições ambientais ruins. Muitos animais em pouco espaço, acúmulo de sujeira, excesso de luminosidade e ruídos. Não raro há excesso de mortalidade. A lógica perversa é: Muitos animais são adquiridos para superar as mortes durante o período que aguardam a venda. Outro ponto grave é que a maioria dessas lojas deixam os compradores manusearem os animais como se fossem brinquedos num “test drive”. 

Muitos destes animais são de porte pequeno, tem expectativa de vida curta e são considerados por quem vende e por quem compra de “fácil manejo”, sendo muitas vezes adquiridos como presentes para crianças, o que pode acarretar sérios riscos para os animais que possuem necessidades ambientais, nutricionais e comportamentais muito específicas e que geralmente não são atendidas. 

Tais lojas também permitem a devolução dos animais caso o cliente não se adapte, claramente desconsiderando a capacidade destes animais de sofrer. 

Depois de escolhido o animal, os clientes buscam os acessórios: brinquedos e as gaiolas. Locais que são projetados para abrigar estes animais pela sua vida toda. Algumas ainda possuem pontos de fuga onde o animal pode se esconder, mas em sua maioria são ambientes pequenos e pobres de estímulos, além de mantê-los em constante exposição.

Animais não deveriam ser tratados como mercadorias, presentes ou objetos de decoração.


Texto: Haiuly Viana

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