O Fórum Animal é uma organização que age em diferentes frentes em prol dos animais não humanos, atuando para que eles sejam respeitados como seres sencientes, ou seja, capazes de sentir e para garantir avanços importantes para todas as espécies.
Dentre as espécies exploradas, estão os animais que são usados para produção, que são criados em confinamento com objetivo de fornecimento de alimento para os animais humanos. Diante desse fato, o Fórum trabalha para minimizar o sofrimento desses animais pelas práticas cruéis intrínsecas relacionadas à produção, mais especificamente de aves e suínos, através do movimento Brasil sem Gaiolas, que conjuga 5 frentes de ação integrada, sendo elas:
- Relacionamento com produtores: o Fórum promove através da iniciativa MIRA, cursos, eventos, conteúdos científicos e práticos voltados para a capacitação de produtores, estimulando e disseminando conhecimento de qualidade sobre a produção de ovos e frangos de corte originados de sistemas com maior grau de bem-estar animal.
- Relacionamento corporativo: contato direto com empresas do comércio alimentício, promovendo campanhas que incentivam a mudança sistemática de compras por parte desses estabelecimentos, conscientizando as empresas a comercializar apenas produtos que prezam e utilizam práticas de bem-estar animal de fato. Outra atuação importante nesse tópico é o EGGLAB, que é a auditoria do Fórum Animal com objetivo de compreender e monitorar o consumo e venda de ovos livres de gaiolas no Brasil. Buscam contato com as empresas para pedir informações sobre suas iniciativas rumo ao consumo de ovos de aves livres de gaiolas e utilizam os dados coletados para monitorar o compromisso dessas empresas.
- Relacionamento com consumidores: projetos de educação humanitária e conscientização sobre as escolhas alimentares que fazemos e como elas impactam as pessoas que trabalham no campo, os animais não humanos e o meio ambiente. Elucidando a relação intrínseca entre eles, apontando para a saúde única, conceito o que engloba as interações entre todos os seres e os impactos individuais dessa interação.
- Frente Legislativa: incentivo à criação de leis que priorizem a aquisição de produtos com bem-estar animal nas compras públicas em todas as esferas governamentais, como prefeituras, escolas, abrigos e asilos. Atualmente, contamos com mais de 23 projetos de leis já protocolados em todo Brasil.
- Relacionamento com as Universidades: por fim, as instituições de ensino superior estão intrinsecamente ligadas às frentes anteriormente mencionadas, pois elas são as responsáveis pela formação dos profissionais que atuarão na produção agropecuária, no comércio e na área legal. Também é na Universidade que o conhecimento é produzido e difundido à sociedade, atingindo os consumidores finais dos produtos, que são praticamente todos os cidadãos brasileiros.
A campanha Universidades Livres de Gaiolas faz contato direto com as IES, buscando conhecer as práticas utilizadas na avicultura e suinocultura das fazendas experimentais, apresentando a proposta para que as universidades assumam o compromisso público de abolição das gaiolas para aves poedeiras e celas de gestação para suínos. O Fórum apoia e incentiva a mudança através do diálogo e do fomento à pesquisa através de bolsas de estudos.
Apontamos que, para as fazendas-escola que possuem produção de ovos para comercialização – ao ofertarem ovos cage-free – as universidades estarão promovendo a redução da desigualdade de acesso a produtos de qualidade. Sabe-se que em sistemas que não confinam os animais, tem-se a menor utilização de antibióticos, melhora do acondicionamento e limpeza dos espaços coletivos dos animais, práticas que envolvam conhecimentos agroecológicos vinculados ao meio ambiente e consequente melhora nos níveis da Saúde Única (animais, humanos e meio ambiente). Em consonância, promove uma política pública ligada aos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) da Agenda 2030, mais especificamente os ODS 09 a 15. Além de também abranger o objetivo 4 da agenda, com ganho na qualidade e oportunidade de aprendizado para os estudantes, que passaram a serem capacitados para atuar com o sistema livre de gaiolas, que num futuro próximo será o único modo de manejo.