O conceito de especismo foi concebido na década de 70, pelo psicólogo Britânico Richard Ryder, ao criticar a experimentação animal. Ele usou “especismo” em folhetos que distribuiu pela Universidade de Oxford para descrever a discriminação baseada na espécie que os animais sofriam, semelhante ao racismo ou sexismo em termos de injustiça.
Desde então, o termo vem sendo aprimorado e popularizado por filósofos, pesquisadores, cientistas, ativistas e é um dos temas centrais na ética interespécies contemporânea. Hoje, a ideia de especismo desempenha um papel crucial nas discussões sobre direitos animais, bem-estar animal e nossa responsabilidade moral em relação a outras espécies.
Na experimentação animal, a discriminação prejudicial baseada na espécia é bastante evidente. Procedimentos muito invasivos, realizados em camundongos, por exemplo, seriam vistos como crimes hediondos se aplicados a humanos, ou à espécies mais facilmente inseridas no perímetro de consideração moral humana, como cães e gatos, evidenciando o tratamento discriminatório baseado na espécie.
A ciência tem valor inestimável para a sociedade e pode melhorar significativamente a qualidade de vida. Mas é fundamental que caminhe sempre de mãos dadas com a Ética, para não causar problemas em vez de resolvê-los. Considerando tudo o que já se sabe hoje sobre a sensibilidade dos animais à dor e ao sofrimento, equivalente à dos humanos, por que permitimos em animais práticas que jamais consideraríamos aceitáveis em indivíduos humanos?
Não importa a etnia, cor, sexo, gênero, tamanho, classe social ou espécie. O sofrimento é ruim para qualquer um que sofre!