Preservar espécies e proteger efetivamente o meio ambiente é um grande desafio em meio a tantas ameaças e problemas de conservação, manejo e destruição da fauna.
Nesse contexto, o uso de tecnologias associadas a satélites e coletas de dados têm se mostrado uma ferramenta não só eficaz, como fundamental para a preservação, proteção e estudo da biodiversidade.
Os satélites fornecem informações detalhadas e variadas sobre comportamento e distribuição dos animais, bem como os efeitos ambientais sobre a vida animal em tempo real. Além disso, permite que aspectos relacionados ao clima, como as mudanças climáticas, sejam monitorados e acompanhados com foco na proteção dos animais.
Os satélites também ajudam na identificação e monitoramento de atividades nocivas como caça, depredação do meio ambiente e incêndios florestais. No Brasil, graças aos satélites, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) consegue monitorar em tempo real o desmatamento e obter dados anuais sobre as taxas de desmatamento na Amazônia, além de fazer o monitoramento de secas e detecção de incêndios florestais, utilizando satélites para rastrear eventos adversos em regiões como o Pantanal e a Amazônia. A Marinha do Brasil e órgãos ambientais usam satélites para combater a pesca ilegal ao longo da vasta costa do país.
Essa tecnologia também tem ajudado pesquisadores brasileiros a monitorar onças pintadas, que recebem colares capazes de emitir dados, via satélite. A partir do acesso às informações relevantes e detalhadas sobre a atividade dos animais, é possível entender melhor as condições e necessidades dos indivíduos monitorados, identificar ameaças e agir de forma mais efetiva para sua proteção.
Um exemplo de projeto de pesquisa é o Projeto Severus em Portugal, que trabalha com frentes de pesquisa com base em dados de satélite e levantamento feito em áreas atingidas por incêndios florestais. O objetivo é o entendimento da dinâmica e os parâmetros do fogo nos ecossistemas, estudar a ecologia do fogo e com base nestas informações, poder ter uma gestão mais efetiva no combate aos incêndios florestais, monitorar, proteger e trabalhar na recuperação das áreas atingidas e dos ecossistemas.
Uma das referências em estudos com dados de satélites foi o pesquisador pioneiro Alberto Setzer que infelizmente faleceu dia 8 de setembro. Seu trabalho iniciado em 1977 de monitoramento de incêndios florestais e risco de fogo ambiental no Brasil fica como legado para todos que fazem hoje um trabalho constante para proteger os animais e o meio ambiente.