No sábado, dia 11 de novembro, realizamos o Workshop de Lançamento de Diretrizes para o Bem-estar Animal na Piscicultura, em que a equipe do Fórum Animal debateu este tema com os vários integrantes da cadeia produtiva do pescado brasileiro: produtores, pesquisadores, fiscalização, governo e integrantes do terceiro setor.

O workshop teve a participação dos seguintes convidados:

• Vanessa Negrini, diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente, representando o governo federal;

• Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR, representando os aquicultores;

• Caroline Marques Maia, da Alianima e do FishEthoGroup, representando o 3º setor e a proteção animal;

• Leandro Kanamaru, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, representando a comunidade científica;

• Ana Silvia Pedrazzani, pesquisadora e CEO da Wai Ora Tecnologia Aquícola e Ambiental, representando também a comunidade científica;

• Winnie Muniz Brum, auditora do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), representando a fiscalização de produtos de origem animal.

Além dos convidados, tivemos a participação de Vânia Plaza Nunes, diretora técnica do Fórum Animal, e de Giulia Simionato e Liane Nunes, assessoras de relacionamento corporativo do Fórum Animal. O debate abordou tópicos para a promoção do bem-estar animal na piscicultura, suas dificuldades de implementação e as estratégias para promover e atingir o bem-estar. 

Se você ainda não assistiu o workshop, você pode vê-lo abaixo ou através deste link.

Lançamento das Diretrizes
O objetivo do workshop, além do debate, foi o lançamento das Diretrizes para o Bem-estar Animal na Piscicultura. Clique neste link ou no botão abaixo para baixar o documento.

O documento define as bases que consideramos fundamentais para um compromisso público das empresas do setor alimentício de pescado, em prol do bem-estar dos peixes criados em cativeiro para consumo.

Destacamos a importância do compromisso ético em adotar as práticas propostas, assegurando que cada fase da criação de peixes seja conduzida de maneira responsável e respeitosa, em consonância com o reconhecimento da senciência desses animais.

Para atender as necessidades particulares de cada espécie, promovendo assim práticas de criação que respeitem e atendam aos requisitos específicos de cada tipo de peixe, as diretrizes apresentadas serão adaptadas de acordo com cada empresa de pescado que firmar o compromisso de bem-estar. 

Entendemos a importância de uma política de bem-estar adaptada. O compromisso flexível visa garantir que as empresas adotem estratégias que se alinhem de maneira ímpar com as características e exigências individuais de cada espécie, reforçando, assim, a nossa dedicação a uma criação ética e responsável.

As nossas diretrizes para o bem-estar de peixes abordam:

1. Fim do abate sem a correta insensibilização: Adotar práticas de abate que assegurem uma insensibilização adequada, eliminando o abate sem prévia redução do desconforto e dor dos peixes.
   
2. Avaliação regular da qualidade da água: Estabelecer uma rotina rigorosa de avaliação das condições da água, realizando verificações diárias para oxigenação, pH, temperatura, turbidez ou transparência, salinidade, e índices de nitratos. Além disso, monitorar a amônia três vezes por semana para garantir um ambiente aquático saudável.
   
3. Eliminação de predadores: Criar e manter um ambiente seguro para os peixes, eliminando a presença de predadores da espécie criada no tanque ou nas proximidades.
   
4. Densidade adequada à espécie: Manter a densidade populacional em conformidade com as necessidades específicas da espécie e da fase de criação, reconhecendo a importância de proporcionar espaço suficiente para o desenvolvimento saudável dos peixes.
   

Compromisso ético
Ao ser considerado o bem-estar mínimo dos peixes na piscicultura, assumimos a responsabilidade de tratar esses seres de forma ética e respeitosa em todas as etapas, desde a criação até o abate. Reconhecemos que a promoção do bem-estar não é apenas uma obrigação ética, mas também uma contribuição significativa para a sustentabilidade e a qualidade dos recursos.

O compromisso público da indústria alimentícia de pescado em direção a práticas que não apenas atendam às demandas do mercado, mas também respeitem e promovam o bem-estar dos peixes, estabelece um padrão elevado para a produção responsável e sustentável.

Juntos, podemos assegurar que cada peixe criado em cativeiro tenha uma vida digna e livre de sofrimento desnecessário!