Fórum Animal entra na Justiça contra eventos no Zoológico de Brasília que colocam em risco o bem-estar dos animais

O Fórum Animal entrou com uma ação na Justiça para impedir a realização de eventos no Zoológico de Brasília que são prejudiciais ao bem-estar dos animais. As atividades, uma “festa julina” e um evento de “colônia de férias”, acontecem em julho e vão levar a um aumento significativo no número de pessoas circulando no zoológico, trazendo o risco de ruídos altos, uso de aparelhos potentes de música, fogos de artifício e outros fatores que afetam a qualidade de vida dos animais.

O processo foi movido pelo Fórum Animal junto com outras três entidades: a Associação Nacional de Advogados Animalistas (@anaa_associacaoadvanimalista ), a Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal (@proanimadf ) e o Projeto Adoção São Francisco (@adocaosaofrancisco ).

A Ação Civil Pública busca uma antecipação de tutela para suspender o “Arraiá do Zoo”, previsto para os dias 5, 6 e 7 de julho, e a “Colônia de Férias”, que começa hoje e vai até 26 de julho. Além disso, o processo pede a interrupção das inscrições e da venda de ingressos dos eventos. Ou ainda, a realização de qualquer evento que interfira no bem-estar dos animais.

“Não concordamos com a realização de eventos nas dependências do zoológico. Nós temos, em Brasília, muitos espaços destinados à cultura que podem ser utilizados para festas e outros eventos. Não há necessidade de impor mais sofrimento aos animais que já vivem enclausurados e estressados”, afirma a diretora jurídica do Fórum Animal, Ana Paula Vasconcelos.

Vânia Nunes, que é médica-veterinária e diretora Técnica do Fórum Animal, considera que eventos atípicos em locais onde existem animais, como zoológicos, causam mais desafios para os seres não-humanos. “Eventos assim criam uma situação súbita, desconhecida e desafiadora [para os animais], em um ambiente que já é inadequado para sua vida restrita”, diz.

“As alterações produzidas, seja pelo ruído, pela movimentação atípica do público, horário impróprio, músicas, ou até uso de fogos, mesmo sem estampido, alteram o comportamento de todos os animais. O equilíbrio físico e mental [dos animais], que deveria ser algo sempre presente, fica relegado a segundo plano”, complementa.

O processo judicial baseia-se no entendimento de que zoológicos não são apropriados para eventos festivos, algo que não está previsto na legislação vigente. Na opinião da diretora jurídica do Fórum Animal, Ana Paula Vasconcelos, Brasília dispõe de diversos locais e edifícios que seriam opções mais adequadas, por serem especialmente destinados a eventos culturais e recreativos.

Além de todos os problemas elencados com a realização dos eventos, os zoológicos transmitem às crianças a ideia de que os animais são objetos, reforçando a indesejada submissão desses seres para a exploração comercial, afirma a diretora jurídica do Fórum Animal, Ana Paula Vasconcelos.

Ontem, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal pediu explicações ao Zoológico de Brasília a partir da ação das ONGs. O juiz responsável pelo caso determinou que a instituição dê informações em até 48 horas ao Tribunal de Justiça sobre os eventos que estão sendo programados.

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