Os ovos livres de gaiola são uma alternativa ao padrão cruel da indústria convencional de ovos, que mantém galinhas encarceradas em cubículos durante toda a vida no sistema convencional, conhecido como gaiolas em bateria.

Nesse sistema mais de 25 aves são mantidas durante todo período de suas vidas em gaiolas compartilhadas em que cada animal possui o equivalente a uma folha A4 de espaço para si. Nesse ambiente, são privadas do direito de locomoção, de abrir suas asas, de ciscar e de interagir com outros animais e exercer seus comportamentos naturais, causando um estresse crônico que faz esses animais estarem submetidos a um estado de sofrimento que compromete sua saúde física e psicológica.

No Brasil, 5º maior produtor de ovos do mundo e com mais de 1 bilhão de galinhas alojadas como matrizes de postura, o sistema “livre de gaiola” ainda não é estabelecido como padrão através da legislação, apesar da popularidade dos ovos considerados “tipo caipira’, em que as aves vivem em ambientes abertos. Nesse contexto, a política de “compromissos livre de gaiola” assumidos por mais de 200 empresas líderes na indústria alimentícia, nacional e multinacional, que consiste em eliminar a produção e/ou consumo de ovos provenientes do sistema de gaiolas, impactando significativamente na cadeia produtiva e proporcionando a redução do sofrimento desses animais.

Como consumidor, a melhor forma de proporcionar melhores condições de vida para as galinhas é deixando de consumir ou reduzindo o consumo de proteína animal. Porém colaborar para a transição do modelo de cadeia produtiva, é o caminho possível através da compra de ovos que sejam de sistemas de produção livres de gaiola, caipira ou orgânicos. Nesses sistemas, os animais estão livres do confinamento extremo, o que melhora a qualidade de vida e nível de bem-estar de cada ave, bem como a qualidade do produto final.

Ovos livres de gaiola não significam necessariamente custos maiores. Mas considerando o tamanho continental de nosso país, o Fórum Animal está conduzindo um estudo com objetivo de mapear junto a grandes varejistas do setor de Atacado e Atacarejo quais os maiores desafios para assumirem compromissos cage-free.

Nathasha Freitas. Bióloga que atua na coordenação do Egglab do Fórum Animal.