O Maio Amarelo surge como um movimento essencial de conscientização para a prevenção de acidentes de trânsito, uma campanha global que busca promover a segurança viária e reduzir o número de incidentes nas estradas. Mas, além dos perigos enfrentados pelos seres humanos, essa iniciativa também lança luz sobre uma realidade muitas vezes negligenciada: o atropelamento de animais silvestres. Segundo dados do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), os atropelamentos em rodovias representam uma importante causa de morte de animais silvestres no Brasil.
A relevância de discutir esse tema é notável, como ressalta a Diretora Técnica do Fórum Animal, Vania Plaza Nunes. Ela destaca que muitos atropelamentos, principalmente em vias secundárias próximas a áreas naturais, ocorrem devido ao desrespeito aos limites de velocidade, enquanto em outros casos, animais são deliberadamente atropelados por falta de empatia ou compreensão de sua importância para o ecossistema.
A área de pesquisa e estudos chamada ecologia de transporte nos mostra como as estradas fragmentam habitats e criam barreiras para a locomoção segura dos animais, levando a consequências devastadoras para as populações silvestres. Corredores ecológicos podem ser soluções que visam mitigar esses impactos, criando conexões entre áreas naturais e permitindo a livre circulação das espécies, reduzindo assim os riscos de atropelamentos.
Para enfrentar esse problema de forma eficaz, é fundamental que políticas públicas e ações educativas sejam implementadas. Alguns exemplos são o destaque no Estado do Amazonas pela deputada Joana D’arc que destaca a importância da campanha do Maio Amarelo no combate ao atropelamento de animais, ressaltando a necessidade de conscientização e respeito às leis de trânsito. Outros exemplos são projetos, como o realizado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que promovem a conscientização contra o atropelamento de animais no campus, e a ação educativa realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na rodovia Rio-Teresópolis são exemplos de iniciativas que buscam sensibilizar a população e promover mudanças de comportamento.
Em suma, proteger a fauna silvestre em contato com estradas requer uma abordagem multifacetada, que inclui desde a criação de infraestrutura adequada até a educação e conscientização da sociedade. Somente através do esforço conjunto do poder público, instituições acadêmicas e da população em geral podemos garantir um futuro onde as estradas e a vida silvestre coexistam harmoniosamente.
Thayara Nadal, Médica Veterinária no projeto Vida Silvestre, Vida livre do Fórum Animal.