A luta pela liberdade do urso Robinho

Robinho nasceu em cativeiro no zoológico de Goiânia e vive há aproximadamente 17 anos encarcerado em péssimas condições. Só conhece muros, barulho, estresse, calor e exploração para o entretenimento humano.

Imagine você existir apenas para ser observado por pessoas, sem poder experienciar nada. Seria uma vida vazia, sem sentido e extremamente deprimente, não acha?

Chegamos até o ursinho em razão do clamor da população. Foi a sociedade civil do município de Goiânia–GO que primeiramente bradou ao país sobre a terrível situação do urso Robinho, tendo inclusive pedido ajuda direta ao santuário Rancho dos Gnomos, postando mensagens com pedidos de socorro nas redes sociais da instituição.

Apesar da tentativa de diálogo, que é nossa principal linha de trabalho, o Zoológico de Goiânia mostrou-se resistente frente à possibilidade de autorizar amigavelmente que o Robinho possa ter seus dias menos angustiantes devido ao calor e outras situações adversas que precisa lidar todos os dias, afirmando o Diretor do Zoológico que o animal é PROPRIEDADE da instituição e que ninguém de fora deveria se intrometer em assuntos locais.

Equivocou-se duplamente o nobre Diretor, primeiramente porque animal não é coisa, não pode ser considerado simples propriedade e ter seu destino jogado nas mãos do ser humano, tendo proteção constitucional, dentre outras, contra a crueldade humana (CF, art. 225, § 1o, inc. VII), o que limita os direitos do homem sobre seus animais.

A libertação do urso Robinho começou a se tornar realidade quando o Fórum Animal ajuizou uma Ação Civil Pública pedindo a transferência do animal para o Santuário Rancho dos Gnomos, nosso afiliado.

Após quase um ano de batalha judicial, nós do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal achávamos que havíamos conseguido a tão sonhada decisão de libertação para Robinho.

Em decisão de segunda instância o desembargador Sebastião Fleury destacou: “O Urso Robinho nasceu em cativeiro, estando no Zoológico desde o seu nascimento, todavia, isso não desconfigura a sua condição de animal, cujo ambiente natural encontra-se nos países da América do Norte e da Europa, com clima mais ameno. O animal em questão está submetido à ambiente diversamente oposto ao seu habitat natural”, determinando a imediata transferência do urso Robinho para o seu novo lar, onde será alojado em recinto individual de dois mil metros quadrados, com piscina de água corrente, árvores, caverna artificial e sem visitação pública, com a possibilidade de convivência com outros dois ursos resgatados que já residem no Santuário.

Porém, o Zoológico recorreu e o processo alegando que havia construido um novo recinto para o urso, e assim, a libertação de Robinho foi interrompida.

Para melhor compreensão, acreditamos que seja melhor vocês visualizarem a realidade da vida de Robinho.

Fotos do antigo recinto:

*Robinho tinha duas opções, ficar no sol de 40º ou na sombra perto dos gritos das pessoas. A piscina, que era o único local que poderia trazer um pouco de conforto para o calor, vazia!*

Observando as imagens é muito fácil perceber o total descaso com que eles tratam o animal. Não existe dignidade!

ROBINHO tentando desesperadamente se refrescar em uma banheira de água, porém sem água, uma cena aviltante e que demonstra os maus tratos sofridos pelo animal em sua prisão perpétua, o Zoológico de Goiânia, tendo cometido o único crime de ser belo, não tem progressão de regime, não tem absolvição, nem mesmo o pior dos criminosos é tratado assim, e por todas essas razões bate-se à porta do Poder Judiciário, uma vez mais, para iniciar a mudança de comportamento das pessoas em relação à natureza, em que todas as formas de vida devem ser respeitadas.

Robinho vivia neste local até o início do processo judicial.

Curioso mesmo foi o fato do Zoológico apenas transferir Robinho para o “recinto apropriado” após a interferência de terceiros, o que demonstra que o bem-estar do animal, nunca foi prioridade para eles.

O novo recinto permanece sem manutenção. chega a parecer até um quintal de qualquer casa abandonada, com mato crescendo desordenadamente pelo local.

Para ajudar a compreensão, também trazemos até vocês algumas imagens:

A água lodosa e quente que foi trocada no dia seguinte às postagens na rede social @ursoslucyerobinho.

Percebemos com isso que basta a fiscalização afrouxar que o Zoológico trata a “SUA PROPRIEDADE” como lixo. Isso não pode continuar! Não existe a possibilidade da população de Goiânia e de nós do Fórum Animal acreditarmos que o urso Robinho seria bem tratado neste local. Ele merece muito mais.

Importante destacar também que algo que o Zoológico não pode modificar é o clima da cidade! Aproximadamente 40ºC todos os dias é incompatível com conforto térmico de um urso pardo.

O Fórum Animal em parceria com o @ranchodosgnomos tem a solução para o problema: Robinho passaria a viver no santuário em Joanópolis/SP. No entanto, a transferência depende da decisão judicial. Pedimos ao prefeito @irisrezendego que atenda o clamor da população e ajude o Robinho a viver em um ambiente adequado, com a garantia de seu bem-estar.

AJUDE ROBINHO!

Assine a petição online e ajude a pressionar o zoológico para que Robinho seja transferido para o Rancho dos Gnomos, onde terá estrutura e cuidados adequados, além de outros irmãos ursos para fazer companhia a ele.