Rafael Sampaio, do Fórum Animal

Temos uma boa notícia: o Projeto de Lei 90/2020, que visa proibir a criação e venda de produtos obtidos através da alimentação forçada de animais, como o foie gras, recebeu parecer favorável pela aprovação na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados.

Em seu parecer, o deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) ressalta o mesmo argumento que o Fórum Animal repete há anos: que a alimentação forçada para o foie gras é um tipo de crueldade e maltrato com os animais.

Como próximo passo para sua aprovação, o Projeto de Lei precisa ser votado pelos outros deputados da Comissão. Como já foi aprovado no Senado, falta pouco para se tornar realidade.

Para obter o foie gras, o produtor insere canos na garganta de gansos, obrigando-os  a ingerir muito mais alimento do que o normal. Isso causa problemas no fígado, dificuldades de respiração e sofrimento ao animal.

“A acusação de que esta atividade consiste em um ato de crueldade contra os animais e que precisa ser interrompida tem representação em diversos países”, afirma o veterinário Lucas Galdioli, que também é gerente do Fórum Animal. Galdioli escreveu um artigo publicado na Archives of Veterinary Science junto com outros pesquisadores sobre a prática do foie gras.

A pesquisa, que inclui as veterinárias Vania Nunes, Haiuly Viana e  Karynn Capilé, também da equipe do Fórum Animal, e o advogado Vicente de Paula Ataíde Junior, demonstra que a produção de foie gras é uma prática indefensável, por implicar em riscos e danos evidentes à saúde, resultando em grau de bem-estar baixo e ausência de condições mínimas que possibilitem boa qualidade de vida às aves. 

Além disso, devido à identificação da criação de aves para a produção de foie gras como incompatível com as normas nacionais e princípios básicos protetores da dignidade animal, o estudo conclui que tal prática é insustentável.

#FoieGrasNão #SemCrueldade