animal não é carga

Essa é a frente do Fórum Animal para abordar a temática de transporte de animais em diferentes formas. Esse processo de transporte pode ser a curta ou longa distância e envolver variados tipos de veículos.

Em todos os casos, a dignidade dos animais precisa ser respeitada.

Ativistas em todo o mundo mobilizam-se para acabar

com o transporte marítimo de animais vivos.

Pressões públicas, políticas e organização de comitês técnicos estão resultando em algumas mudanças, embora sejam lentas e nem sempre satisfatórias. Como uma iniciativa global de conscientização foi estabelecido o Dia Mundial de Conscientização para o Fim da Exportação Marítima de Animais Vivos em 14 de junho. Essa data foi criada por uma coalizão de organizações de defesa dos direitos dos animais, liderada pela Animals Australia para aumentar a conscientização sobre os impactos negativos da exportação de animais vivos e para pressionar por mudanças legislativas e políticas que pusessem fim a essa prática.

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Essa prática consiste em exportar principalmente bovinos vivos em grandes embarcações, por via marítima. A exportação de animais vivos no Brasil é regulamentada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, através de Instruções Normativas (INs).

Entretando, essas INs não abordam adequadamente os cinco domínios essenciais para o Bem-estar Animal, além de não fornecerem diretrizes claras sobre fiscalização e aplicação de sanções.

Cinco Domínios de Bem-Estar Animal

O Bem-Estar Animal (BEA) se baseia nos Cinco Domínios de Bem-Estar Animal, propostos por Mellor e Reid em 1994, como uma expansão das Cinco Liberdades de Brambell.

Esses domínios são fundamentais para garantir que as necessidades físicas e psicológicas dos animais sejam atendidas, promovendo práticas éticas e compassivas internacionalmente reconhecidas.

1 - Durante o transporte de animais vivos, é comum que eles não recebam uma nutrição adequada ou acesso a água fresca.     

2. Os animais são amontoados em espaços apertados e mal ventilados nos caminhões ou navios, sem abrigo adequado.

3. Há problemas de saúde significativos devido ao estresse da viagem, superlotação, exposição a patógenos e falta de cuidados veterinários adequados.

4. O transporte de animais vivos limita severamente a capacidade dos animais de expressar seus comportamentos naturais. São amontoados!

5. Os animais são frequentemente submetidos a condições desconhecidas e estressantes, além de expostos a estímulos aversivos que afetam o seu estado emocional.

COMO FUNCIONA O TRANSPORTE DE ANIMAIS VIVOS

1º Inicialmente, os animais vão para Estabelecimentos de Pré-Embarque

aprovados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, onde são verificados os requisitos sanitários exigidos pelo país importador.

2º Após um período de isolamento,

durante o qual são realizados exames obrigatórios, os animais recebem a Autorização para Emissão do Certificado Zoossanitário Internacional;

3º Os animais são transportados em caminhões lacrados e seguem para os portos;

4º Os animais são embarcados nos navios rumo ao pais de destino.

5º Ao chegar no destino,

os animais aguardam liberação da entrada no novo país e são destinados ao abate.

São viagens de longos percursos, em embarcações antigas e adaptadas para essa finalidade,

em situações ambientais desafiadoras que podem durar até 21 dias.

Durante todo o percurso,

os animais são mantidos em baias, com ventilação artificial e em uma densidade de animais que impede o conforto mínimo de todos os indivíduos,

que incluem as necessidades básicas de comida e água diária.

a situação no brasil

Onde a exportação já é proibida

Porto de Santos:

Brasil: Em 19/04/2018 o transporte de animais vivos em cargas no Porto de Santos foi proibido

Nova Zelândia:

Proibiu a exportação de animais vivos para abate em 2007, estendendo a proibição para animais de reprodução e destinados à produção de leite em 2018.

Índia:

Proibiu a exportação de todos os tipos de animais vivos em 2018.

Luxemburgo e Alemanha:

Em 2022, proibiram a exportação de animais vivos para fora do território da União Europeia.

Reino Unido

Em maio de 2024, o Reino Unido proibiu a exportação de animais vivos, um passo importante para exemplo no cenário mundial atual e mostra o comprometimento com o Bem-estar Animal.

PRINCIPAIS PORTOS NO MUNDO QUE ACEITAM TRANSPORTE DE ANIMAIS VIVOS

CONSEQUÊNCIAS

A exportação de animais vivos traz consequências negativas para animais, meio ambiente e humanos, afetando a saúde única.
Impactos ambientais:

o desmatamento de biomas, resultando em perda de biodiversidade e emissões de gases de efeito estufa.

O transporte de gado até o porto pode também causar acidentes, prejudicando animais e a segurança local, além de poluir as cidades.

Impactos éticos:

o transporte de animais vivos em longas distâncias e condições inadequadas causa sofrimento e estresse, resultando em danos à saúde e morte.

 

Impactos socioeconômicos:

a expansão da pecuária para exportação leva à concentração de áreas e recursos, gerando conflitos com comunidades locais e povos tradicionais, além de impactos negativos na segurança alimentar e nas condições de trabalho.

Impactos sanitários:

a exportação de gado vivo representa riscos de disseminação de doenças tanto para animais quanto para pessoas, ameaçando a saúde pública.

NOSSA ATUAÇÃO

2016

Desde 2016, o Fórum Animal tem sido pioneiro no Brasil, ao abordar o tratamento dos animais destinados à exportação marítima nos portos brasileiros, expondo a realidade cruel enfrentada por esses animais e promovendo mudanças significativas em prol de seu bem-estar.

2017

Em 2017 o Fórum Animal ajuizou açao cívil pública que tramitou na 25 Vara Federal de SP, onde se buscou a proibição da exportação de gado vivo no Brasil

2018

Em janeiro de 2018 conseguimos a suspensão temporária da prática. Na sentença, o Juiz reconheceu a dignidade dos animais e entende que tal atividade é cruel, apesar de ter sido temporária, o navio Nada com destino a Turquia ficou impedido de sair e isso causou grande repercussão social

2024

O Fórum Animal esteve presente na Audiência Pública em 12 de abril, na Câmara Municipal de São Sebastião. Nossa Diretora Técnica Vânia Nunes, compôs a mesa de discussão do tema, juntamente com outros profissionais da causa. Ficou visível a força da proteção animal e a união dos ativistas em defesa dos animais.