#NÃOAOABATEDEJUMENTOS
Vocês sabiam que os jumentos estão correndo risco de extinção?
Eles são abatidos desde 2016 para terem suas peles exportadas para a China.
Lá, extraem uma substância gelatinosa de suas peles e fazem um “remédio”, (sem qualquer comprovação científica), afirmando que este melhora a insônia, a impotência sexual e rejuvenesce.
Cerca de 90 mil jumentos morrem por ano, porque além do abate, há muitas perdas entre a captura, as fazendas e finalmente o abatedouro. Um estudo mostrou que o abate dos animais aumentou 8000% entre 2015 e 2019 no Brasil.
Além disso, os animais são transportados em caminhões superlotados, viajando por longas distâncias, sem água e sem comida por dias, muitos fracos não conseguem chegar vivos ao destino, e os que sobrevivem chegam com frequência, feridos.
Chegando nas fazendas arrendadas, antes de serem levados ao frigorífico para serem abatidos, os animais ficam dias sem água e alimentação, muitos doentes sem assistência veterinária. Animais magros, agonizando e outros já mortos.
Mas o mais assustador, é em meio a uma pandemia, o risco à saúde pública! Em animais que aguardavam para serem transportados a um dos abatedouros, foi diagnosticada uma doença chamada mormo, zoonose que acomete equídeos e possui letalidade de 95% em humanos. O mormo pode causar abcessos pelo corpo e pneumonia. Não há tratamento para a doença. Imagine a tragédia em caso de contaminação em massa desta doença, contaminando também humanos. A falta de controle nessa atividade e o desconhecimento da origem desses animais, nos gera elevado risco de saúde pública. Parece que mesmo em meio à maior crise sanitária do século, não aprendemos o quão catastróficas podem ser as consequências da forma irresponsável que interagimos com outras espécies.
A Frente Nacional de Defesa dos Jumentos conseguiu em 2018 liminar em ação judicial para proibir o abate, porém alguns meses depois essa liminar foi derrubada e o abate continua até hoje.
O abate de equídeos, como cavalos, mulas e jumentos, é aprovado no Brasil há muitos anos, e o decreto 9013/2017 oferece o arcabouço legal que permite o abate de jumentos e outras espécies. Com base em dados do Mapa, o artigo aponta que foram abatidos LEGALMENTE 135.254 jumentos entre 2002 e 2019.
A justificativa para a permissão da prática do abate deste animal, símbolo da cultura nordestina, seria o crescimento econômico da população do Nordeste, contudo, não há nenhum indício de melhoria na economia até hoje. Conclui-se que apenas pequenos grupos nichados de pessoas enriquecem com o comércio e morte destes seres.