Do dia 22 ao 27 de setembro aconteceu, em São Paulo, a XIX JOVET, Jornada Veterinária, promovida pela FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas. Entre os palestrantes convidados estava a nossa Diretora Técnica, Vânia Plaza Nunes, que falou sobre “Atuação do Médico Veterinário em Casos de Maus-Tratos aos Animais”, a nossa Coordenadora Técnica, Haiuly Viana, que participou da mesa redonda sobre “Manutenção de Animais em Zoológicos: Discussão entre pensamentos opostos” juntamente com a Cecília Pessuti, Bióloga do Zoológico de Sorocaba, e Ana Carolina Dalla Vecchia, do Departamento de Fauna da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo.
A Diretora Técnica do Fórum Animal, médica veterinária Vânia Plaza Nunes, falou sobre “Atuação do Médico Veterinário em Casos de Maus-Tratos aos Animais” e levantou questões éticas na rotina clínica e na sociedade com o objetivo de sensibilizar não só os estudantes, mas também os profissionais presentes. Comentou alguns retrocessos no direito animal com relação às mudanças legislativas e apresentou situações nas quais médicos veterinários agem contra a proteção dos animais a fim de defender interesses corporativos. Segundo ela, “Nos dias de hoje, para a causa animal, o papel investigativo do médico como agente social de mudança em casos de abuso, omissão, negligência, maus-tratos e crueldade é de grande relevância, pois sua formação e conhecimento são a peça chave para elucidar questões jurídicas que envolvem o tema”. Falou também da importância da nova área de atuação da Medicina Veterinária no Coletivo, a Medicina Veterinária Legal, que está modificando e atualizando a percepção do médico durante suas atividades.
No debate em mesa redonda sobre “Manutenção de Animais em Zoológicos: Discussão entre pensamentos opostos”, Cecilia Pessuti, Bióloga do Zoológico de Sorocaba, defendeu o papel dos zoológicos na educação ambiental pelo volume de visitantes e também as pesquisas científicas realizadas. Já Ana Carolina, do Departamento de Fauna da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, afirmou que alguns locais carecem de condições mínimas de manutenção dos animais e comentou que alguns zoológicos do Estado de São Paulo foram fiscalizados e apresentaram falta de segurança em alguns recintos, isto é, risco para os animais e para os tratadores; falta de recursos para investimento em infraestrutura, e alimentação precária. Também mencionou que alguns zoológicos estão sendo fechados por falta de condições de manutenção dos animais e que, inclusive, é um processo demorado, pois é necessário destinar os animais a locais com melhor estrutura.
APOIE O FÓRUM ANIMAL NESTA E EM OUTRAS LUTAS>>
Já Haiuly Viana, Coord. Técnica do Fórum Animal, ressaltou que os zoológicos são deseducativos e servem apenas para entretenimento, pois exibem os animais mantidos em cativeiro e claras restrições a seu bem-estar. Também criticou a visitação não monitorada já que desrespeitam o hábito dos animais e são fonte de estresse adicional, e a relevância acadêmica das pesquisas científicas realizadas em zoológicos, pois muitas não são aliadas a programas de conservação das espécies nativas e de seus habitats naturais, além de possuírem baixa relevância ambiental. Dra. Haiuly afirmou ainda que a informação que fica gravada no inconsciente do público, principalmente das crianças, é de que o local correto dos animais é em cativeiro, e chamou a atenção também para a falta de recursos financeiros e gestão administrativa, o que acarreta ainda mais prejuízo aos animais.
O Fórum Animal defende mudanças imediatas nos zoológicos como a garantia de condições mínimas de bem-estar, isto é, condições de nutrição adequada, melhorias nos recintos, possibilidade de exercer o comportamento natural das espécies e, a médio-longo prazo, que os estabelecimentos se transformem em santuários sem exposição ao público e recebam apenas animais exóticos vítimas de maus tratos e/ou silvestres vítimas do tráfico.
Agradecemos a oportunidade dada pela FMU (Faculdades de Medicina Veterinária) para que entidades de proteção animal, como o Fórum Animal, possam defender seus argumentos contrários ao uso de animais para entretenimento e outras formas de exploração animal e assim colaborar na formação de profissionais mais conscientes sobre o bem-estar animal.
