Viés cognitivo: ruim para a ciência e péssimo para os animais.

Viés cognitivo é uma tendência de pensamento que pode levar a julgamentos e decisões ilógicas.

O conceito foi desenvolvido e popularizado pelos psicólogos cognitivos Amos Tversky e Daniel Kahneman na década de 1970. Os vieses surgem como atalhos mentais para processar informações mais rapidamente, mas muitas vezes acabam nos levando a interpretações e ações equivocadas. 

Na ciência, há vários exemplos. Um dos mais comuns é o viés de confirmação, uma inclinação a favorecer, procurar, interpretar e lembrar informações de maneira a confirmar nossas crenças ou hipóteses preexistentes, enquanto damos pouco peso, ou mesmo ignoramos, evidências que possam contradizê-las. Em outras palavras, é aquele péssimo hábito de fecharmos os olhos para o que não queremos ver. Também é frequente o viés de publicação, que se expressa pela tendência de estudos com resultados significativos ou surpreendentes serem mais prováveis de serem publicados, o que pode distorcer o corpo geral de conhecimento científico. Outro que costuma causar problemas para a ciência é o viés do observador, que ocorre quando as expectativas e preconceitos do pesquisador podem inconscientemente influenciar a interpretação dos resultados.

Já no âmbito da proteção animal, um dos maiores desafios de todos os tempos é o combate ao antropocentrismo, um viés cognitivo, que se caracteriza pela tendência de ver os seres humanos como separados e superiores a outros animais, o que leva a uma desconsideração dos direitos e do bem-estar dos animais. 

Tanto a ciência quanto a causa animal são intensamente prejudicadas pela presença de vieses cognitivos, por isso é muito importante conhecê-los e evitá-los. Na ciência, o uso de métodos padronizados, o registro prévio de estudos, a revisão por pares e a replicação de estudos podem ajudar a minimizar o impacto desses vieses. No caso das relações interespécies, é fundamental questionar constantemente nossas premissas e valores, buscando uma perspectiva mais inclusiva e equitativa. A educação também é essencial, fornecendo informações sobre a vida e o comportamento de diferentes espécies.

O conhecimento, a curiosidade e a coragem de mudar de opinião são os maiores escudos contra os vieses cognitivos, tanto na ciência quanto na proteção animal! Seja nosso aliado nessa batalha!

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