Ecologia: a pesca de arrasto e o mundo

A pesca de arrasto é uma atividade que tem impactos significativos no mundo da ecologia e no ecossistema oceânico. Os impactos no ecossistema envolvem a destruição de habitats marinhos sensíveis, como leitos de ervas marinhas e áreas de recifes de coral onde muitas espécies se reproduzem, além da diminuição das populações pela sobrepesca. Isso afeta não apenas as espécies-alvo da pesca, mas também outras formas de vida que habitam esses ecossistemas.

 A natureza da prática da pesca de arrasto não é seletiva e leva à captura incidental de uma ampla variedade de espécies, resultando na morte de peixes, moluscos, crustáceos e outros organismos marinhos, ameaçando a biodiversidade marinha. Além disso, é fundamental destacar que as redes de arrasto frequentemente contribuem para outro problema alarmante: a poluição por plásticos e o acúmulo de lixo nos oceanos. Muitas vezes, as redes danificadas durante a pesca se misturam com detritos e outros resíduos, formando placas imensas de lixo não biodegradável. Essas redes danosas ao meio ambiente têm um efeito devastador. Elas mantêm o lixo unido, o que atrai espécies marinhas em busca de alimento e refúgio. No entanto, muitas delas acabam presas nesses detritos ou ingerindo plástico, resultando em mortes trágicas.

Assim, é crucial reconhecer que a pesca de arrasto não apenas impacta a vida marinha diretamente, mas também contribui para a crescente ameaça global de poluição plástica nos oceanos, exigindo medidas de conservação mais rigorosas e conscientização sobre os danos causados por essa prática. 

Para manter a sustentabilidade do ambiente marinho, países de todo o mundo se preocupam com práticas de gestão sustentável e inovação tecnológica, como áreas de pesca estritas, regulamentações de tamanhos mínimos de captura, limites de captura e dispositivos seletivos. O objetivo é proteger os ecossistemas marinhos e garantir a sustentabilidade dos oceanos

A pesca de arrasto é praticada em uma escala global, abrangendo diversos oceanos e mares. Isso a torna uma atividade de grande escala, com impactos em várias regiões do mundo. A conscientização sobre os desafios da pesca de arrasto está aumentando globalmente, com organizações, cientistas e defensores da conservação marinha trabalhando para promover práticas mais sustentáveis.

Está presente em muitos países, como por exemplo: Estados Unidos, Canadá, Espanha, Portugal, Noruega, entre outros, sendo a China um dos maiores praticantes da pesca de arrasto no mundo com uma frota pesqueira extensa. Estes são apenas alguns exemplos, a pesca de arrasto é praticada em muitos outros países ao redor do mundo. Esta é uma técnica de pesca que gera preocupações significativas devido aos seus impactos ambientais e à necessidade de gestão sustentável para garantir a preservação do ambiente marinho. A restrição da pesca de arrasto varia de país para país e muitas nações implementam regulamentações para controlar e monitorar essa técnica. Países como a Noruega, Nova Zelândia, Austrália, Islândia, entre outros restringiram a prática da técnica em áreas consideradas sensíveis para proteção e preservação dos habitats marinhos.

No Brasil, o estado do Amapá restringe a pesca de arrasto em uma extensão de 30 milhas da costa do estado, e o Rio Grande do Sul, recentemente aprovou em assembleia na câmara a permanência da restrição da prática dentro de 12 milhas náuticas da costa, mas ainda temos muito a fazer para a preservação da costa brasileira.

Autora: Liane Nunes, assessora de relacionamento corporativo do Fórum Animal

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