Girafas do BioParque: dois anos do maior caso de tráfico de animais do Brasil

Há dois anos atrás, em novembro de 2021, começava um caso grave de violação aos direitos dos animais que segue sem solução definitiva: um grupo de 18 girafas que viviam livres na África foi trazido ilegalmente para o Brasil, para serem exploradas como “atração” pelo BioParque do Rio de Janeiro.

O caso é assombroso: um mês após serem trazidas para o nosso país, seis das 18 girafas tentaram fugir de seu cativeiro e foram recapturadas. Três morreram. Em pouco tempo, denúncias de maus-tratos aos animais foram se avolumando.

Na época, o Fórum Animal, em conjunto com outras ONGs, entrou com uma ação na Justiça para cobrar condições dignas para as girafas. Deu resultado: decisões judiciais favoráveis determinaram que as girafas fossem alocadas em espaços maiores, além de suspenderem as licenças de importação.

Porém, o caso não terminou: em julho deste ano, mais uma girafa morreu. As sobreviventes seguem sob a tutela do BioParque e do Grupo Cataratas – responsáveis pela importação ilegal dos animais. A diretora técnica do Fórum Animal, Vânia Nunes, considera que é fundamental dar um destino adequado para as girafas, coisa que até agora não foi definida.

“O Fórum Animal tem agido de forma ininterrupta, desde o início deste caso, entrando com ações na Polícia Federal, na Justiça, em órgãos técnicos e órgãos ambientais, pedindo que os animais sejam retirados do local onde estão”, afirma a diretora técnica.

O ideal, explica Vânia, é que fosse criado um santuário para as girafas no Brasil, já que os animais hoje são adultos. “Deveria caber ao Grupo Cataratas fornecer um local com toda a estrutura adequada, semelhante ao encontrado na África, e prover cuidado e atenção aos animais” para que eles tenham uma vida digna.

Além disso, as ONGs que acompanham este caso deveriam “poder periodicamente visitar o local [onde as girafas são mantidas], acompanhar, ter acesso às fichas de saúde, às formas como estes animais estão vivendo, sendo cuidados e tratados”, pondera a diretora. Fica a pergunta para o Ibama, o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério Público Federal e o Ministério da Justiça: alguma solução está sendo pensada neste caso?

Autor: Rafael Sampaio, gerente de Comunicação do Fórum Animal

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