Farra do boi: uma prática criminosa que, apesar de proibida no Brasil, continua a acontecer ilegalmente

A Farra do Boi é uma prática criminosa e abominável que, apesar de proibida no Brasil, continua a acontecer clandestinamente e todos os anos faz novas vítimas. Em 1997, o Supremo Tribunal Federal a julgou e a proibiu por considerá-la intrinsecamente cruel com os animais.

A origem dessa prática é religiosa e associada simbolicamente à “malhação do Judas”, realizada na Semana Santa, podendo ocorrer também em outras épocas do ano. Foi introduzida no Brasil pela colonização açoriana do litoral de Santa Catarina. Assim como na sua origem, essa condenável “tradição” consiste em soltar um bovino pela cidade para ser “farreado”, ou seja, perseguido, incitado, atacado e agredido pelos chamados “farristas”. Após essas sessões de violência absurda, o destino dos animais é sempre triste e cruel: podem ser mortos pelos criminosos, podem ser apreendidos pelos órgãos de defesa agropecuária do Estado e destinados para abate “sanitário”.

Alguns dos animais morrem de exaustão, em consequência dos ferimentos ou se jogam no mar; alguns pulam de estruturas altas e acabam feridos ou mortos. E o que falta para a sua interrupção definitiva?

Educação da população e fim da cultura da violência – as novas gerações devem ser ensinadas a respeitar os animais e os indivíduos adultos que persistem em cometer crimes devem ser responsabilizados.

Esforços de investigação pelas autoridades competentes. Se mesmo proibida, a prática ocorre todos os anos, em regiões e datas conhecidas, é preciso haver investimento em serviço de inteligência para mapear e responsabilizar envolvidos, desde comerciantes locais até quem negocia os animais explorados, assim como as localidades e impedir sua ocorrência. É preciso monitorar grupos de mensagem e redes sociais para antecipar a movimentação dos criminosos.

Fiscalização: investimento em fiscalização massiva nas épocas de maior risco.

Uma destinação ética das vítimas: os animais apreendidos não podem ser responsabilizados com a perda de sua vida por questões sanitárias.

Como sociedade, precisamos avançar em questões éticas e morais, parando de responsabilizar as vítimas e deixando seus algozes soltos.

Qualquer prática considerada tradição deve acompanhar os valores éticos e legais de sua época.

A ciência e a nossa Constituição Federal reconhecem a senciência e a dignidade animal. Cabe a todos nós fazermos esse movimento pelo fim destas práticas de entretenimento cruel com animais.

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